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TCC VERSÃO 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA – LICENCIATURA

 

 

 

 

 

Belmira Cristina Winter

 

 

 

OS PROJETOS DE TRABALHO: UM CAMINHO PARA A INTERDISCIPLINARIDADE.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Porto Alegre

2010/2

 

Belmira Cristina Winter

 

 

 

 

OS PROJETOS DE TRABALHO: UM CAMINHO PARA A INTERDISCIPLINARIDADE

 

 

 

Trabalho de conclusão de curso na graduação de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade de Educação, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) como requisito parcial e obrigatório para aprovação e conclusão.

Orientadora: Professora Darli Collares

Tutora: Cristiane Pelisolli Cabral

 

 

Porto Alegre

2010/2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Reitor: Prof. Dr. Carlos Alexandre Netto

Vice-Reitor: Prof. Dr. Rui Vicente Oppermann

 

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Diretor: Johannes Doll

Vice-Diretora: Denise Comerlato

 

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA A DISTÂNCIA

Coordenadora: Rosane Aragon de Nevado

Vice-coordenadora: Marie Jane Soares Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

 

Faculdade de Educação (FACED)

Av. Paulo da Gama, 110

Campus Central

Prédio 12210 – 8º andar sala 807

CEP: 90040-060

Porto Alegre – RS

Telefone: (51) 3308-4152

e-mail: pead@ufrgs.br

 

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer neste momento de conclusão de curso, algumas pessoas que foram especiais do início ao final desta trajetória...

 ...À minha família em especial ao meu esposo Augusto Willens R. da Silva, aos meus filhos Guilherme Winter da Silva e Luisa Winter da Silva que sempre estiveram ao meu lado, me dando carinho e entendendo os momentos que pedia silêncio ou que não deixava usar o computador...

...À colega Sheyla Regina Lock dos Santos que muito me ajudou nos momentos de angústia e aflição...

... À amiga Raquel da Luz Pacheco pela amizade e incentivo...

...Às colegas de escola que colaboraram com a pesquisa para que meu trabalho fosse concluído...

...À professora Darli Collares, minha orientadora neste final de curso que me acompanhou, me auxiliou, me mostrando caminhos para a escrita deste trabalho de conclusão de graduação...

... À tutora Cristiane Pelissoli Cabral que me deu muita força e me ajuda nos momentos de aflição e angustia...

Enfim aos amigos que contribuíram para que eu chegasse ao final do curso de pedagogia e que continuassem acreditando o quanto é maravilhoso ser professor, trabalhar na área da educação...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Esta vem sendo uma preocupação que tem tomado todo, sempre a de me entregar a uma prática educativa e a uma reflexão pedagógica formadas ambas no sonho por um mundo menos malvado, menos feio, menos autoritário, mais democrático, mais humano.

                                                                                                      PAULO FREIRE

 

RESUMO

 

 

O presente trabalho trata dos projetos de trabalho um caminho para a interdisciplinaridade, para elucidar esse trabalho buscou-se referencial teórico de Hernandez e Ventura, Paulo Freire, Dewey entre outros, usando como metodologia um estudo teórico reflexivo com características de estudo de caso, onde o projeto é o foco a ser estudado com descrição de um projeto de trabalho sobre sexualidade desenvolvido na escola onde realizei o estágio docente, descrição de um projeto sobre consciência planetária desenvolvido com a turma que realizei o estágio, numa pesquisa realizada com professores que atuam em diferentes áreas e que participaram do projeto sobre sexualidade mencionado acima. Abordarei os projetos de trabalho como propósito de promover o aprendizado interativo entre o educador e educando, construindo um mundo de ações diversificadas com a participação ativa de ambos, todos engajados em questões de conflitos relevantes a suas vidas.

Palavras chaves: Projeto – Trabalho – Interdisciplinaridade - Escola.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ABSTRACT

 

This work deals with the work projects a way to interdisciplinary, to elucidate this work we sought theoretical framework of Hernandez and Ventura, Paulo Freire, Dewey and others, using methodology as a theoretical study with reflective characteristics of case study, where the project is the focus to be discussed with a description of project work on sexuality in the school where I did the teaching stage, the description of a project developed with planetary awareness on the gang realized that the stage in a survey of teachers who work in different areas and who participated in the project on sexuality mentioned above. Discuss the work projects as the intention to promote interactive learning between the teacher and student, building a world of diversified actions with the active participation of both, all engaged in issues of conflict relevant to their lives.

Keywords: Project - Work - Interdisciplinary - School.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SUMÁRIO

 

INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 08

1 PROJETOS DE TRABALHO..................................................................................... 15

1.1 Diferenças de um projeto de trabalho e um projeto de ensino.................... 19

1.2 Conhecimentos Globalizados..............................................................................            21

1.3 Aprendizagens Significativas...............................................................................            22

1.4 O Trabalho Interdisciplinar.................................................................................... 23

 

2 METODOLOGIA............................................................................................................ 25

2.1 O Nascimento do Projeto....................................................................................... 25

2.2 Justificativa................................................................................................................ 26

2.3 Aplicabilidade............................................................................................................ 26

2.4 Objetivos.................................................................................................................... 26

2.5 Passo a passo.......................................................................................................... 27

2.6 Referências................................................................................................................ 28

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 29

REFERÊNCIAS................................................................................................................ 32

APÊNDICES.....................................................................................................................            34

1. Questionário de Pesquisa........................................................................................ 34

2. Projeto da Sexualidade............................................................................................. 35

3. Projeto Consciência Planetária.............................................................................. 42

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

Ao longo da minha carreira sempre tive como metodologia de trabalho os projetos de trabalho. Entendo por projetos de trabalho a transformação, mudança, integração, tomada de consciência, onde o educador e educando interagem e constroem um mundo de ações diversificadas e constantemente renovadas.

Sendo assim, utilizei o desenvolvimento do projeto “Sexualidade e Escola: espaço de prevenção” para transformá-lo junto ao grupo de educadores, funcionários e alunos em um projeto de trabalho interdisciplinar, que teria como culminância a elaboração de ações e mudança de atitude diante do tema na comunidade escolar.

Referendando o tema deste trabalho, utilizamos o projeto de Sexualidade desenvolvido na escola no ano de 2009 com turmas de 5ª a 8ª série do ensino fundamental de oito anos, e o projeto da Consciência Planetária desenvolvido no período de abril de até junho de 2009 com a turma de 3ª série, turma na qual realizei o estágio docente do curso de pedagogia a distância da UFRGS.

A prática e execução dos dois projetos foram desenvolvidas na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Fausta Teixeira localizada em Cachoeirinha RS, região metropolitana de Porto Alegre.

A relevância de desenvolver o tema – projetos de trabalho – com projetos sobre sexualidade e conscientização teve para nós dois grandes ganhos: primeiro o de contribuir para uma melhor formação dos educandos desta escola e, segundo, o de verdadeiramente agir em função da prevenção de uma gravidez precoce e em função de uma mudança de postura frente à preservação do meio ambiente.

Justificamos o desenvolvimento do projeto sobre Sexualidade quando afirmamos que o comportamento sexual hoje é diferente do comportamento sexual do passado e, é sabido que a transformação dos padrões deste tipo de relacionamento (sexual) ocorrerá se a educação for investida de autonomia, com o desenvolvimento de atitudes e valores próprios, da consciência de que cada um pode e deve fazer escolhas pessoais e responder por tais escolhas. Dessa forma, a orientação sexual deve ser um movimento de instrumentalização para a vida sexual e, em parceria com os agentes da saúde, não apenas discorrer sobre itens de comportamentos preventivos.

A educação voltada para uma consciência planetária de preservação ambiental é hoje, não mais vista como uma disciplina ou conteúdo programático. É sim, um dever de a escola intervir, esclarecer, criar e ensinar todas as novas gerações a cuidar deste mundo. Educar para uma consciência planetária é tornar o indivíduo em sujeito de sua própria qualidade de vida e co-responsável pela sociedade em que vive.

Com este trabalho meus principais objetivos visam compreender a importância dos projetos de aprendizagem e dos trabalhos interdisciplinares na organização dos conhecimentos escolares, identificando aspectos que possam contribuir de maneira positiva e/ou negativa no desenvolvimento dos educandos no processo ensino-aprendizagem.

Para explicar as contribuições dos projetos de aprendizagem no desenvolvimento dos educandos nas séries iniciais do ensino fundamental busquei embasamento teórico em Hernandes e Ventura, Paulo Freire e Dewey entre outros por terem muito a acrescentar sobre esse assunto. 

A execução do trabalho de campo, ou seja, execução do projeto foi realizada com o auxílio da orientadora da escola, direção e todo o grupo de professores da escola.

A proposta do projeto era realizar parcerias entre escola, saúde e famílias e, juntamente com os multiplicadores, sensibilizar a todos os professores a desenvolverem um trabalho interdisciplinar com o mesmo tema.

No decorrer dos encontros com todo o grupo, para organização de como faríamos acontecer o projeto, os temas foram surgindo e elencados. Dentre eles podemos citar: Sexualidade, mito ou verdade; risco de vulnerabilidade; adolescência; homossexualidade; anatomia e fisiologia dos órgãos sexuais; orientação sexual para pessoas com deficiência; contraceptivos; gravidez na adolescência; DSTA/AIDS; identidade e estima; violência e abuso sexual; construção social do gênero; direitos psicoativos; reprodução; produção de dados; escola, saúde e família em ação; discriminação e solidariedade.

Os temas elencados serviram de subsídios para o desenvolvimento do projeto de aprendizagem aplicado no contexto escolar.

No período de estágio docente realizado em 2009, nasceu a idéia de um projeto de aprendizagem voltado às questões ambientais. A idéia principal era construir com o aluno uma nova relação com o meio ambiente em que vivem os princípios básicos de convivência coletiva respeitando sempre os direitos e deveres. A prioridade era fortalecer a cidadania e a democracia, promovendo situações onde todos participam do processo de maneira ética, cooperativa, responsável e solidária.

O tema sustentabilidade possibilitou realizarmos um trabalho interdisciplinar, as ciências naturais integradas a outras áreas do conhecimento. O projeto envolveu alunos, famílias, funcionários, demais professores, integrando todos em uma única finalidade desenvolver solidariedade, mudança de atitudes e tomada de consciência, reflexões e construção de ações positivas para um futuro próspero.

Segundo Paulo Freire, ensinar não é um ato mecânico de transferir aos educandos o perfil do conceito do objeto, mas tornar possível a eles, epistemologicamente curiosos, a apropriação da significação profunda do objeto.

Assim, a partir do exposto, proponho que façamos através de uma análise teórica reflexiva, apontando as vantagens e desvantagens de utilizar projetos de trabalho para facilitar o processo de aprendizagem nas escolas.

Portanto, pretendemos comprovar que a metodologia de trabalhar com projetos possibilitam ao educando o desenvolvimento da capacidade de construção de sua aprendizagem, levando-o a refletir, agir e, principalmente ser parte integrante de um grupo.

 

1 Pedagogia de Projetos

A idéia da Pedagogia de Projetos surge no início do século, com John Dewey.[1] Nessa época, a discussão se embasava numa concepção de que educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura e a escola deveria representar a vida presente, ou seja, segundo Dewey (1897) “a escola deve representar, a vida prática dos alunos, a sociedade que eles irão enfrentar em breve”.

O norte-americano Wiliam Kilpatrick baseado nas idéias de John Dewey criou o Método Pedagógico de Projetos. Tal proposta caracteriza-se como uma forma de integração curricular com o interesse do aluno.

O método de projetos utilizado na educação foi impulsionado pela dimensão socializadora nas propostas curriculares e aqui no Brasil com o respaldo dos estudos de Paulo Freire.

[...] o principal ponto de partida do método de projetos deriva da seguinte filosofia: “por que não fazer dentro da sala de aula o que se faz continuamente na rua, no ambiente virtual verdadeiro?”

[...] o método de projetos desenvolve-se com a finalidade de resolver os problemas de meninos e meninas em suas vidas cotidianas, como construir uma cabana, preparar uma festa local, construir uma pequena horta, proteger e ajudar um animal ferido, etc. (Kilpatrick, 1967, apud Santomé, 1998, p. 205)

 

Kilpatrick apud Santomé (1998) destaca três questões indispensáveis para o planejamento dos Projetos, são elas:

1-     Como se realiza a aprendizagem;

2-      Como a aprendizagem intervém na vida para melhorá-la;

3-      Que tipo de vida é melhor.

Wiliam Kilpatrick apub Santomé (1998) originalmente, chamou de projetos a “tarefa de casa” (home Project), este, de caráter manual, a criança executava fora da escola. Como método didático os alunos deveriam fazer uma atividade intencionada num ambiente natural, por exemplo, construindo uma casinha poderiam aprender geometria, desenho, cálculo, história natural etc.

Para melhor compreensão Kilpatrick classificou os projetos em quatro grupos de desenvolvimento:

1.      Grupo de produção, no qual se produzia algo;

2.      Grupo de consumo, no qual se aprendia a utilizar algo já produzido;

3.      Grupo para resolver um problema e

4.      Grupo para aperfeiçoar uma técnica.

Para que o trabalho obtivesse sucesso, quatro características eram levadas em consideração para um bom projeto didático:

a) uma atividade motivada por meio de uma conseqüente intenção;

b) um plano de trabalho, de preferência manual;

c) a que implica uma diversidade globalizada de ensino;

d) num ambiente natural.

Esta corrente filosófica inspirou no Brasil o movimento da Escola Nova (liderado por Anísio Teixeira). A Escola Nova colocava a atividade prática e a democracia como importantes ingredientes da educação. A partir de então, passou-se a valorizar nas salas de aula a capacidade de pensar; criticar e ou questionar a realidade e valores.

A teoria de Dewey tem como principal objetivo a educação como um todo. Assim, os educando aprendem experienciando atividades associadas aos conteúdos programáticos.

[...] os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. (PITOMBO, 1974).

Na pedagogia baseada na linha filosófica de Dewey o conhecimento nasce e é construído através de “consensos” que, por sua vez, nascem da dialética e discussões coletivas. A democracia nasce no compartilhamento de diferentes experiências em um ambiente onde não haja barreiras preconceituosas ao intercâmbio de idéias ou pensamento. Desta forma, a escola deve propor práticas conjuntas e promover trabalhos ou projetos que desenvolvam situações de cooperação para facilitar a aprendizagem.

Os tempos são outros, mas essa afirmação permanece atual. A pedagogia de projetos é um assunto contraditório e polêmico entre os educadores. Não é fácil discutir sobre a real função social da escola e o significado das experiências escolares.

Com o advento da globalização mundial da economia, da informatização, a escola também sofre modificações e não consegue ficar fora deste contexto sem realizar continuas reflexões sobre seu papel atual, pois, o novo modelo de sociedade requer um novo pensamento, um novo modelo de escola.

A pedagogia de projetos é um caminho para transformar a escola em um espaço aberto à construção de aprendizagens significativas para todos que dela participam. Sua aplicabilidade se traduz numa nova perspectiva para facilitarmos o processo de ensino-aprendizagem. Assim, aprender não é mais um ato de memorização e ensinar deixa de significar o repasse de conteúdos pré-estabelecidos, prontos.

Adotando essa nova postura, o conhecimento passa a ser construído sobre alicerces verificados com a própria história e realidade de quem aprende e não mais só levando em consideração os aspectos cognitivos. Todo o contexto é utilizado, o processo passa a ser global. O aluno aprende vivenciando, participando, tendo que criar mecanismos e procedimentos para atingir seus objetivos.

Ensina-se principalmente pelas experiências obtidas, pela problematização, pela ação. A aprendizagem realizada através de projeto educacional envolve o aluno em experiências educativas palpáveis e prazerosas, nele, a construção de todo o conhecimento está ligado diretamente às vivências, às histórias de vida, a cultura. Tudo o que se aprende ou se pretende “ensinar” está diretamente relacionado a essas práticas contextualizadas na historicidade de cada elemento do grupo.

A experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos. Deve seguir alguns pontos essenciais: que o aluno esteja numa verdadeira situação de experimentação, que a atividade o interesse, que haja um problema a resolver, que ele possua os conhecimentos para agir diante da situação e que tenha a chance de testar suas idéias. Reflexão e ação devem estar ligadas, são parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a capacidade de modificar o ambiente a seu redor. (FERRARI, 1978).

A prática docente baseada em dar liberdade ao educando de elaborar suas próprias certezas, os próprios conhecimentos, as próprias regras morais, não significa reduzir a importância dos conteúdos programáticos ou desvalorizar os saberes do educador.

Cabe ao educador levar às salas de aula o despertar de uma atitude questionadora, pelo interesse e desafio na resolução de problemas e, com certeza, abolir todo “falso” ensino realizado com soluções e ou respostas prontas. Desta forma, em lugar de começar um conteúdo com definições ou conceitos ele deve usar procedimentos didáticos que remetam o educando a uma atitude de raciocinar e elaborar os próprios conceitos para depois, confrontar com o conhecimento sistematizado.

O homem está no mundo e com o mundo. Se apenas estivesse no mundo não haveria transcendência nem se objetaria a si mesmo. Mas como pode objetivar-se, pode também distinguir entre eu e um não-eu.

Isto o torna um ser capaz de relacionar-se; de sair de si; de projetar-se nos outros; de transcender. Pode distinguir órbitas existenciais distintas de si mesmo.

Estas relações não se dão no mundo, com o mundo e pelo mundo (nisto se apoiaria o problema da religião).

O animal não é um ser de relações, mas de contatos. Está no mundo e não com o mundo. (FREIRE, 1983, p.30)

 

No Brasil podemos afirmar que as teorias educacionais encontradas nos PCNS (Parâmetros Curriculares Nacionais) bem como no Construtivismo têm como fonte inspiradora a filosofia de John Dewey.

2 Os Projetos de Trabalho

Os projetos de trabalho contribuem para uma resignificação dos espaços de tal forma que eles se voltem para formação de sujeitos ativos, reflexivos atuantes e participantes. (Hernandez, 1998)

Ao trabalhar com projetos de trabalho, professor e aluno assumem uma inter relação muito mais integrada, visto que constroem um universo de ações diversificadas que permitem a ambos uma participação ativa e de co-responsabilidade.

Os projetos de trabalho não se inserem apenas como uma proposta de renovação das atividades didáticas aplicadas em sala de aula. Tornando-se mais criativas, investem numa mudança de postura, o que exige um repensar da prática pedagógica, é, portanto uma quebra de paradigma.

Em seu livro Tecnologia, Mundialização, Espiritualidade, Leonardo Boff (1993) define paradigma como: [...] toda uma constelação de opiniões, valores, métodos, símbolos... participados pelos membros de uma determinada sociedade, fundando um sistema disciplinado na qual esta sociedade se orienta a si mesma e organiza todo o conjunto de suas relações.

A prática escolar tradicional ou clássica acompanhou a educação desde a antiguidade e começou a ser questionada somente no final do século XIX. Esta educação do tipo bancária onde o professor é o centro do processo e o aluno receptor passivo da aprendizagem não mais é possível frente às constantes e rápidas mudanças no cenário mundial.

A escola precisa estar devidamente preparada para atender as exigências da sociedade contemporânea e promover capacitações diferenciadas para cada membro da comunidade escolar.

Assim, ela deve assumir a responsabilidade de educar para uma nova sociedade que tenha em si qualidades e valores transformadores de paradigmas ultrapassados e seja agente de um mundo melhor.

Citamos a seguir, para ilustrar as exigências do século XXI, como a educação deve organizar-se frente às aprendizagens necessárias para a formação de cada sujeito ao longo de toda a sua vida:

1.      Aprender a conhecer;

2.      Aprender a fazer.

3.      Aprender a conviver.

4.      Aprender a ser.

Encontramos em Ramal (1997) o quadro abaixo que mostra de forma clara, as mudanças de paradigma em educação. Entretanto, estas mudanças apesar de apresentar um caráter de urgência, não acontecem tão rapidamente quanto as mudanças sociais e tecnológicas.

 

VELHO PARADIGMA DE EDUCAÇÃO

NOVO PARADIGMA DE EDUCAÇÃO

O professor é o leitor, lê a matéria do dia e marca avaliações

O professor é o orientador do estudo. Ao invés de pesquisar pelo aluno, o estimula

O aluno é o receptor passivo

O aluno é agente da aprendizagem, forma seus próprios conceitos e opiniões.

Sala de aula: ambiente de escuta e recepção.

Sala de aula: ambiente de cooperação e construção

A experiência passa do professor para o aluno, que aprende o que o professor já sabe

Troca de experiências: orientador e orientando aprendem juntos.

Troca de experiências: orientador e orientando aprendem juntos.

O aluno aprende e estuda por motivação.

Conteúdos curriculares fixos.

Conteúdos curriculares atendem a uma estrutura flexível e aberta.

Tecnologia: desvinculada do contexto. O professor não sabe utilizar e nem tem interesse.

Tecnologia: desvinculada do contexto. O professor não sabe utilizar e nem tem interesse.

Tecnologia: ameaça para o homem

Tecnologia: instrumento a serviço do homem. Auxílio à aprendizagem.

 

Para os autores Hernandez e Ventura (1998), o projeto de trabalho é uma forma de organizar as atividades de ensino e aprendizagem ou os conhecimentos escolares, adotando como aspectos essenciais o conhecimento globalizado e a aprendizagem significativa.

A função do binômio ensino-aprendizagem é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação ao tratamento de informação e à relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses, facilitando aos alunos a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio.

Os projetos de trabalho podem ser aplicados em todas as áreas do conhecimento, mas basicamente foram colocados em prática nas áreas de Ciências Naturais e Ciências sociais.

Acrescentamos a essa metodologia uma reflexão sobre a realidade social, orientando os projetos de trabalho para uma reflexão sobre as condições de vida da comunidade que o grupo faz parte, analisando-as em relação a um contexto sócio- político maior e elaborando propostas de intervenção que visem transformação social. (Freire,1997).

Em Hernandez (1998) os projetos de trabalho constituem-se numa dimensão que podem permitir:

Ø     Aproximação da identidade dos alunos e favorecer a construção da subjetividade longe de um prisma gerenciado ou paternalista;

Ø     Revisão da organização do currículo por disciplinas situando conteúdos no tempo e espaço escolar;

Ø     Consideração de tudo o que acontece fora da Escola, transformações sociais, readequação dos saberes e aparecimento cada vez mais rápido de novas tecnologias.

Desta forma, trabalhar no campo educacional com projetos de trabalho trata-se de recriar concepções e práticas educativas que terão como finalidade responder às crescentes mudanças sociais com novas atitudes e posturas dos cidadãos e não apenas readaptar propostas do passado ao contexto presente.

A Escola é uma instituição que consta de uma série de peças fundamentais, entre as quais se sobressaem o espaço fechado, o professor como autoridade moral, o estatuto de minoria dos alunos, e um sistema de transmissão intimamente ligado ao funcionamento disciplinar. Desde os colégios jesuítas até a atualidade, essas peças estão presentes na lógica institucional dos centros escolares, tanto públicos como privados. Sem dúvida, sofreram retoques, transformações e até metamorfoses, mas as escolas continuam hoje, como ontem, privilegiando as relações de poder sobre as de saber. (VARELA & ALVAREZ apud HERNANDEZ, 1998, p. 64)

 

Por tanto, utilizar projetos de trabalho é um convite a repensar sobre a natureza e o trabalho escolar, pois, requerem maior organização e compreensão das disciplinas e dos temas que os alunos devem desenvolver. Desta forma o educador deve atuar mais como guia do que como autoridade.

Para Hernandez (1998) os projetos podem favorecer aquisição das capacidades relacionadas com:

 

Ø     a auto direção: favorece iniciativas que leva a diante tarefas de pesquisa;

Ø     a inventiva: utilização criativa de recursos, métodos e explicações alternativas;

Ø     a formulação e resolução de problemas: a integração, pois favorece a síntese de idéias experiências e informação de diferentes fontes e disciplinas;

Ø     a tomada de decisões: estabelecendo o que é relevante e que se vai incluir no projeto;

Ø     a comunicação inter pessoal: pois deverá contrastar opiniões e pontos de vista com outros.

Desta forma essas capacidades podem ser transferidas para problemas reais e contribuir para o melhor conhecimento pessoal e do entorno, alem de favorecer uma preparação profissional mais flexível e completa.

Para Hernandez (1998) a finalidade do ensino é promover a compreensão dos problemas que investigam. Sendo assim, compreender é ser capaz de reconhecer as diferentes versões de um fato, e buscar explicações além de propor hipóteses sobre as conseqüências da pluralidade de pontos de vista. Essa atitude favorece e muito a interpretação da realidade e do antidogmatismo.

Enfim, os projetos de trabalho constituem um planejamento de ensino e aprendizagem onde o educando torna-se responsável pela própria aprendizagem. Para tanto, este planejamento necessita ser motivador e de interesse de quem o executará.

 

 

 

2.1 Diferenças de um projeto de trabalho e um projeto de ensino.

O projeto de ensino e aprendizagem é o planejamento mais próximo da pratica docente. Diz respeito aos aspectos didáticos e pedagógicos seguidamente classificados como: plano de curso ou plano de aula.

É uma práxis determinada, considerada em suas ligações com o real, na definição concretizada de seus objetivos, na especificação de suas mediações. É a intenção de uma transformação do real guiada por uma representação do sentido dessa transformação, levando em consideração as condições reais e animando uma atividade. (CASTORIADIS apud VASCONCELOS, 1989, p.97)

Este tipo de projeto está atrelado a uma concepção de educação que por sua vez se relaciona às concepções de conhecimento de currículo que fazem parte do PPP (Projeto Político Pedagógico) da instituição.

Ainda em Vasconcelos (1989) as propostas curriculares são feitas pelo sistema de educação estadual ou rede municipal dando origem aos chamados “guias curriculares” e são cobrados freqüentemente como programa oficial que tem que dar certo. Assim, para Vasconcelos (1989) é importante que a escola elabore seu currículo em vista da realidade concreta em que se encontra.

 

Os programas não são como trilhos de vias férreas, sobre os quais deve correr invariavelmente a machina da escola; são direcções com etapas vencíveis em determinado espaço de tempo, indicadas a viajores livres e inteligentes, pela experiência dos que já a seguiram mais de uma vez. (TOLEDO apud Vasconcelos, 1989 p.116)

Reconhecemos que em muitas instituições de ensino ocorrem à incidência de trabalhar com conteúdos absolutamente irrelevantes os quais são exigidos em avaliações onde o conhecimento na maioria das vezes é avaliado não pela compreensão e sim pela memorização ou reprodução fiel do que foi ensinado.

Um conteúdo significativo é aquele que corresponde as necessidades de quem aprende no seu processo de desenvolvimento e que também o ajude a compreender a realidade com vistas a uma atitude de transformação do meio.

Para Moura (2006) os projetos de ensino se apresentam como solução viável para imprimir um novo alento e novas perspectivas às atividades do professor, pois promovem o exercício de habilidades.

Os projetos de trabalho são projetos de aprendizagem desenvolvidos na escola por um determinado período, geralmente tem caráter interdisciplinar. Esta proposta educativa é uma via para dialogar e dar resposta às urgentes mudanças sociais, políticas e tecnológicas que vem transformando nossa maneira de pensar e de nos relacionarmos com o mundo. Para Hernandez (1998) o ser humano se expressa modificando o meio ambiente por meio de artifícios. Esses artifícios, que são seu meio de expressão, constituem a cultura.

Para Hernandez (1998) levar em conta uma perspectiva transdisciplinar do saber implica que estes possam aprender, entre outras, as seguintes estratégias de interpretação:

Ø     Questionar toda forma de pensamento único;

Ø     Reconhecer, diante de qualquer fenômeno que se estude, as concepções que o regem

Ø     Incorporar uma visão crítica que leva a perguntar-se a quem beneficia essa visão dos fatos e a quem marginaliza;

Ø     Introduzir, diante do estudo de qualquer fenômeno, opiniões diferenciadas de maneira que o aluno comprove que a realidade se constrói a partir de pontos de vista diferentes;

Ø     Colocar-se na perspectiva de um “certo relativismo” no sentido de que toda realidade responde a uma interpretação.

Ø     Os projetos de trabalho podem servir como facilitadores do aprendizado de conhecimento efetivo e transformador, ou seja, um objeto de estudo gera o interesse por novos conhecimentos.

Na cultura contemporânea uma questão fundamental para que um indivíduo possa “compreender” o mundo em que vive é que saiba como ter acesso, analisar e interpretar a informação. Na educação escolar (desde a escola infantil até a universidade), supõe-se que se deva facilitar esse aproveitamento, num processo que começa, mas que nunca termina, pois sempre podemos ter acesso a formas mais complexas de dar significado à informação. O que nos leva a formas mais elaboradas e relacionais de conhecimento da realidade de nós mesmos. (HERNANDEZ, 1998 p.79)

Portanto, os projetos de trabalho levam a familiarização dos conhecimentos e problemas que circulam fora da sala de aula e que muitas vezes não estão explícitos no currículo básico da instituição. Tem na figura do professor o “problematizador” o qual também atua como aprendiz.

Desenvolve a atitude da escuta e do respeito mútuo a diferentes pontos de vista. Favorece a independência e responsabilidade do aluno em relação ao seu processo de aprendizagem. E, no que se refere à avaliação leva-se em consideração as experiências concretas que se sobrepõem a memorização de conteúdos.

Enfim este tipo de projeto norteia o conhecimento escolar baseado na interpretação da realidade e possibilitam o estabelecimento de relações entre a vida dos alunos e professores e o conhecimento que as disciplinas e outros saberes não disciplinares vão elaborando.

 

2.2 Conhecimentos globalizados.

Toda a história - assim como toda a experiência atual - aponta para o fato de ser o homem, e não a natureza, quem proporciona o primeiro recurso: o fator-chave de todo o desenvolvimento econômico brota da mente humana. Subitamente, ocorre um surto de ousadia, iniciativa, invenção, atividade construtiva, não em um campo apenas, mas em muitos campos simultaneamente. Talvez ninguém seja capaz de dizer de onde isso surgiu, em primeiro lugar, mas podemos ver como se conserva e até se fortalece: graças a vários tipos de escolas, por outras palavras, pela educação. Numa acepção bastante real, por conseguinte, podemos afirmar que a educação é o mais vital de todos os recursos. (SCHUMACHER, 1983)

Segundo Drucker (1995) ao refletirmos sobre um contexto globalizado de contemporaneidade, as pessoas precisam aprender como aprender. No contexto mundial e na sociedade do conhecimento as disciplinas ou matérias escolares tornam-se, muitas vezes, menos importantes que a capacidade do educando para continuar aprendendo e que sua motivação para continuar não se esgote, ou seja, desviada.

O conhecimento globalizado é a busca de relações entre as disciplinas no momento de enfrentar os temas de estudo. Segundo Hernandez (1998) a discrepância encontra-se no caráter o no valor que se dá sobre tudo nas relações e o papel que deva ocupar estes conhecimentos no currículo escolar.

Para o autor a prática de globalização se situa em três eixos:

a)      Como forma de sabedoria, como sentido do conhecimento que se baseia na busca de relações que ajude a compreender no mundo no qual vivemos a partir de uma dimensão de complexidade.

b)      Como referência epistemológica que restabelece “o pensamento atual como problema antropológico e histórico chave”, o que leva a abordar e pesquisar problemas que vão além da compartimentação.

c)     Como concepção do currículo que adota formas tão díspares como a que coloca a globalização na seqüência de programação desde a qual se pode relacionar conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais.

Para Hernandez (1998) a maior tarefa dos educadores é buscar alternativas para que o conhecimento disciplinar possa vincular-se a vida fora da escola, ou seja, o grande paradigma é a discussão sobre “o que ensinar” na escola.

O ensino mediante “projetos de trabalho”, “centros de interesses”, “projetos interdisciplinares”, “currículo integrado”, “pesquisa sobre o meio”, “créditos de síntese” foram algumas das iniciativas que se desenvolveram para responder, de maneira mais ou menos satisfatória às mutáveis demanda e necessidades as quais a escola deve responder. (HERNANDEZ, 1998, p.38)

 

2.3 Aprendizagens significativas

Por muito tempo preconizou-se que para aprender era indispensável fazê-lo por meio de uma estratégia de repetição do aluno e do professor. A finalidade desse processo era a memorização do que o professor ensinava, através de ditados, transcrição de textos escritos no quadro negro ou a resolução de exercícios contidos nos livros-texto.

Entretanto, sabemos que para que haja aprendizagem significante a educação deve organizar-se segundo o que diz Hernandez (1998) a partir de dois eixos que se relacionam:

a)     Como se supõem que os alunos aprendam e;

b)     A vinculação que esse processo de aprendizagem e a experiência da escola têm em sua vida.

 

O que os alunos aprendem na escola deve partir de conceitos ou idéias-chave que vão além das matérias escolares e que permitem uma constante exploração, para aprender a descobrir relações, interrogar-se sobre os significados das interpretações dos fatos e continuar aprendendo. Assim, as disciplinas escolares não serão um ponto de chegada, mas uma referência que orienta para uma exploração mais ampla e incerta.

Para Hernandez (1998 p.27) o que vai mudando é a maneira de abordar as idéias-chave no seu conteúdo: a transformação, a mudança, a vida, a causalidade...

Essa concepção supõe que a educação escolar possibilite ou permita a aquisição de estratégias de conhecimento que irão mundo com o qual estamos acostumados a representá-lo, por meio de códigos lingüísticos e sinais culturais estabelecidos. Esta visão é transmitida pelas disciplinas escolares e ou pela bagagem herdada pelo grupo social a qual pertence.

 

2.4 O trabalho interdisciplinar

Segundo os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) os temas transversais estão elencados com os seguintes enunciados: Ética, Meio Ambiente, Saúde, Pluralidade Cultural e Orientação Sexual.

Os temas transversais expressam conceitos e valores fundamentais à democracia e à cidadania através de conhecimentos que correspondem a questões importantes e urgentes para a sociedade brasileira.

Espera-se que através do estudo da Ética, o aluno seja levado a compreender o conceito de justiça baseado na necessidade de construção de uma sociedade mais justa, que nele desperte a adoção de atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças sociais.

Através do tema Meio Ambiente o aluno deverá assimilar e compreender as noções básicas de proteção ao planeta, perceber relações que condicionam a vida na Terra para posicionar-se de forma crítica diante do mundo, dominar métodos de manejo e conservação ambiental.

O tema Saúde deverá ser desenvolvido com enfoque de que “Saúde é um direito de todos. Assim, espera-se que os alunos compreendam que ela é produzida nas relações com o meio físico e social, identificando fatores de risco e adição de hábitos de cuidados pessoais de prevenção.

A diversidade do patrimônio cultural brasileiro através do tema Pluralidade cultural deverá reconhecer a diversidade como um direito dos povos e dos indivíduos e repudiar toda forma de discriminação por raça, classe, crença religiosa e sexo.

Numa perspectiva social, o tema orientação sexual ensinará o educando a respeitar a diversidade de comportamentos relativos à sexualidade, desde que seja garantida a integridade e a dignidade do ser humano, conhecer seu corpo e expressar seus sentimentos, respeitando os seus afetos e do outro.

Além desses temas, podem ser desenvolvidos os temas locais, que visam a tratar de conhecimentos vinculados à realidade local. Eles devem ser recolhidos a partir do interesse específico de determinada realidade, podendo ser definidos no âmbito do Estado, Cidade ou Escola. Uma vez feito esse reconhecimento, deve-se dar o mesmo tratamento que outros temas transversais.

Através do princípio interdisciplinar os temas transversais estão sendo desenvolvidos nas escolas; isto permitiu um grande avanço no que se refere a integração curricular. Assim, a transversalidade e a transdisciplinaridade buscam superar o conceito de disciplina através da intercomunicação efetivada por um tema/objetivo comum (transversal). Desta forma, os temas transversais devem ser desenvolvidos através de projetos que integrem diferentes saberes.

Kilpatrick apud Santomé (1998 p. 205) nos coloca que o trabalho com projetos deve partir de problemas reais, do dia-a-dia do aluno. As atividades da escola desenvolvem-se no seu todo por projetos sem ter necessariamente uma organização especial.

 

 

 

 

 

 

3 METODOLOGIA

3.1 O Nascimento do projeto

Como professora das séries iniciais do ensino fundamental, gestora de uma escola pública da região metropolitana de Porto Alegre e, estudante de Pedagogia da UFRGS, nos últimos anos de minha carreira docente, procurei, complementar minhas atividades com formação em cursos de diferentes áreas.

Em 2008 tive oportunidade de participar do “Curso Paternidade Responsável” promovido pelo Ministério Público - Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional. No mesmo período a Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeirinha RS convidava os professores da rede a participar das oficinas de capacitação no SPE (Saúde/Prevenção na Escola) promovido pelo governo Federal em parceria com a SMED (Secretária Municipal de Educação) e Escolas da região metropolitana.

O objetivo da capacitação era o de fazer a formação e ao término da mesma, elaborar um projeto para ser colocado em prática na escola de atuação de cada participante. É importante relatar que enquanto eu participava do Curso Paternidade Responsável duas colegas de escola participavam das oficinas de capacitação no SPE (Saúde/Prevenção na Escola).

Por exigência do curso, os participantes deveriam elaborar um projeto para ser aplicado na escola com o tema “Paternidade responsável”. Impulsionada por está exigência e motivada pela crença na possibilidade de alternativas positivas que venham fazer frente ao tema ”Paternidade Responsável” ora vigente na sociedade, elaborei e apresentei um projeto junto ao ministério público.

As colegas que participavam das oficinas de capacitação também tinham a tarefa de elaborar um projeto dentro do assunto com objetivo de executar na escola de origem. Dois projetos surgiam e deveriam ser colocados em prática na mesma escola, seria quase que impossível trabalharmos com dois projetos com a mesma temática simultaneamente, então nos reunimos e unificamos os projetos, tornando-o um único projeto de trabalho denominado “Sexualidade e Escola: espaço de prevenção”.

 

3.2 Justificativa

A execução do projeto “Sexualidade e Escola: espaço de prevenção” tinha como meta, oferecer acesso a informação, á educação e a promoção da saúde, traduzido em mecanismos e propostas de atividades que despertassem ações individuais e da comunidade escolar em prol do jovem que “ingenuamente” acredita que as coisas acontecem com os outros e não com ele.

 

3.3 Aplicabilidade

O novo projeto foi desenvolvido de forma interdisciplinar nas turmas de 5ª a 8ª série do ensino fundamental. Nas séries iniciais o projeto foi desenvolvido pelo professor titular da turma, professores de educação física, religião e língua inglesa que trabalham com essas turmas e são acompanhados pela orientação, supervisão e direção da escola. Nas turmas de 5ª a 8ª série os professores das diferentes áreas do conhecimento trabalharam de forma interdisciplinar acompanhados da orientação e direção da escola.

O local de aplicação foi na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Fausta Teixeira localizada em Cachoeirinha RS, região metropolitana de Porto Alegre onde atuo como professora e gestora.

 

3.4 Objetivos

O projeto visava a partir de uma reflexão com a comunidade escolar (alunos, pais, professores, funcionários) promover ações preventivas sobre:

1. As situações de mudanças comportamentais dos jovens no contexto social atual.

2. O desconhecimento que os alunos apresentam em assuntos relacionados à:

Ø     - sexualidade,

Ø     - as DSTS/AIDS (associadas apenas aos homossexuais masculinos, usuários de drogas e prostitutas).

3. Criar alternativas e de alguma forma sensibilizar nossos educandos a serem agentes da não gravidez precoce.

 

3.5 Passo a passo

Em março de 2009 o Projeto da Sexualidade foi apresentado em assembléia geral para toda a comunidade escolar, e com o respaldo e a autorização dos pais para desenvolver o tema sexualidade na escola, sem restrições o projeto foi aprovado e ganhou liberação para ser executado.

Em maio aconteceu um momento de exposição do projeto para todo o grupo docente, seguido de exposição dos temas a serem trabalhados nas formações realizadas com o grupo docente da escola. De acordo com o calendário escolar as formações aconteceram nas 4ª feiras em horas de estudos, no terceiro encontro foram elencadas as temáticas a serem trabalhados com os educadores, dentre as temáticas relacionamos: identidade e estima, risco ou vulnerabilidade, relações de gênero, puberdade e doenças sexualmente transmissíveis, métodos contraceptivos, gravidez na adolescência, paternidade consciente e drogas.

Após as formações com os educadores realizadas pelo grupo que fez o curso fora da escola houve um momento para o grupo socializar suas experiências, e construir ações a serem desenvolvidas com os educandos e comunidade escolar a culminância foi na multifeira realizada em novembro de 2009.

 Na construção das ações cada educador em sua área elencou com seus educandos uma temática dentro do assunto sexualidade a ser desenvolvida na sua disciplina. Ciências nas turmas de 8ª série o tema escolhido foi: o namoro na linha do tempo entre gerações, em língua portuguesa a temática elencada foi ”Ficar ou namorara- Eis a questão”, o principal objetivo era refletir, debater as diferenças entre namorara ou ficar, em matemática os métodos contraceptivos foi o centro da temática, para estudar sobre o assunto foram confeccionados jogos. Geografia, história confeccionou um colcha de retalhos com muitas histórias de vida, em educação artística as máscaras foram sucesso e serviram para trabalhar as questões de gênero, educação física, religião e inglês trabalharam com música, teatro, dança, poesias relacionadas a questão da sexualidade.

3.6 Referências

A referência teórica usada nas pesquisas foi oferecida pelo SPE (Saúde, Prevenção na Escola) promovido pelo governo federal em parceria com a SMED e escolas, Ministério Público/RS, CEAF (Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional).

 

 

 

 

4 Considerações finais.

Todo educador tem em si a qualidade intrínseca da observação e, é através da observação constatada nas relações do dia-a-dia em contato com a comunidade escolar que somos todos levados a uma autocrítica de nossa própria atuação docente. É tempo de avaliar o que realmente estamos fazendo junto a estas comunidades.

Fica claro, que em hipótese alguma, somos seres olímpicos, tocados por uma centelha de divindade e que tenhamos assim, o poder de tornar tudo ao nosso alcance, perfeito.

Na verdade, o poder a nós conferido, é o de todos os dias, na prática e interação docente, buscarmos a melhor forma de conquistar novos discípulos (me perdoem o termo arcaico) motivados em assumir o papel de cidadãos conscientes com sua própria educação.

A escola voltada para as necessidades planetária de um futuro próximo, requer que mudanças aconteçam não apenas em nomenclaturas ou comportamentos, mas em uma mentalidade renovadora de preocupação com o universo.

O ato de “ensinar” precisa ser investido de um crescente dinamismo por parte do professor e do aluno num binômio que se traduz em constantes práxis educadoras. É necessário formarmos agentes (agora utilizo o termo correto) transformadores, que tenham espírito crítico e opinião própria, que saibam interpretar e julgar o que de melhor possam retirar do conhecimento adquirido e utilizá-lo para além dos muros da escola.

O ato de aprender precisa ser investido de uma estruturação global, onde o aprendente tenha acesso a diferentes formas de pensar e agir, conheça a diversidade de culturas, reconheça os avanços das civilizações dos diferentes povos e lugares da Terra e, desta forma, adquira o discernimento em optar o que fazer e escolher seu próprio destino.

Falemos agora, da nossa realidade brasileira, aqui, o investimento em “bolsas educação” supera o índice de milhões de reais. E a educação, tem sofrido alterações? Apesar de ainda vivermos sob a luz de uma cultura paternalista, estabelecida pelos mestres jesuítas com moldes de Europa, podemos visualizar uma crescente preocupação com o que denominamos de uma “etno-educação”.  A presente preocupação com a inclusão social, o banimento de qualquer tipo de preconceito, o aproveitamento do conhecimento cultural de nossos antepassados, a preocupação com uma educação com identidade nacional, tem se traduzido nas instituições de ensino como uma nova possibilidade de intervenção no binômio ensino-aprendizagem.

 Mas, falemos aqui também, sobre outras convicções, tais como: O que? Como? E, para que educar?

Tantas são as oportunidades dadas aos educadores para que mantenham sua prática docente, constantemente renovada. Entretanto, falta ao profissional de educação, muitas vezes, tempo. Assim, sofrendo com o excesso de tarefas, aulas e remuneração minguada (que na verdade não condiz com sua formação e nem com sua atividade), ele não consegue acompanhar cursos ou formações necessárias ao seu aprimoramento. Também as questões políticas da atualidade e, diga-se com franqueza, hoje vivemos em um mundo onde a política ideológica está destinada a desaparecer em prol da formação de grupos emergentes de grande poder econômico, também influenciam e interferem na educação. Desta forma, somos constantemente levados a questionar, conteúdos e ou práticas de educação que não mais correspondem à realidade da nova sociedade ou até das futuras sociedades que comandarão o planeta.

A oportunidade de desenvolver educação através da prática de projetos, não é nova, não é revolucionária e nem impraticável. Trabalhar nas instituições de ensino com projetos é dar a educação um perfil social, um caráter de todo (escola, comunidade, sociedade).

Os dois projetos geradores para a realização deste trabalho, com certeza, oportunizaram mudança de atitude frente aos temas desenvolvidos, provocaram um repensar da comunidade escolar (pais, professores e alunos) e com isto, podemos afirmar que o conhecimento que circulou durante o desenvolvimento destes, foi transformado em ação. Eis aí, a relevância de nosso trabalho. Enquanto educadores precisamos urgentemente adequar nossas práticas às exigências desta nova sociedade, urge conhecermos a força dos modernos recursos tecnológicos e que estes são instrumentos para facilitar o acesso à educação e ao conhecimento. Nossa relação com os aprendentes não deve ser uma relação vertical e sim, uma relação de troca e apoio; então; temos o compromisso da cidadania já enraizado em nosso coração. Ah! E só para encerrar, citamos Paulo Freire: Ninguém educada ninguém. Educar é obra do coração.

 

 

 

Referências:

BOFF, Leonardo. Ecologia, Mundialização, Espiritualidade. São Paulo: Ática, 19963.

DEWEY, John. Educar para Crescer. Disponível em: WWW.educarparacrescer.abril.com.br. Acesso em 12/10910.

DRUCKER, P. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1995.

FERRARI, Marcio. John Dewey – O Pensador que pôs a prática em foco. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/john-dewey-428136.shtml Marcio Ferrari artigo 07/2008. Acesso em 20/10/10.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 12 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico: explicitação das normas da ABNT. Porto Alegre: [s.n.], 2002.

HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e Mudança na Educação. Porto Alegre. Artmed, 1998.

INSTITUTO PAULO FREIRE. Inter-Transdiciplinaridade e Transversalidade. Disponível em: http://www.inclusao.com.br/projeto_textos_48.htm Acesso em 18/11/10.

JARDIM, Marilena Monteiro. Em busca de um novo paradigma em educação. Disponível em: http://www.slideshare.net/normaalmeida Acesso em: 22/11/10.

LUCCI, Elian Aladi. A Educação no Contexto da Globalização. Disponível em:

http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_292.html Acesso em 18/11/10.

MENEZES, N.S.A.; MACHADO, D. S. (orgs). Orientações para elaboração de trabalhos acadêmicos: dissertações, teses, TCC de Pedagogia, TCE de Especialização. Porto Alegre: UFRGS/FACED/BSE; 2008. 24 Fl.

MORAIS, Regina Aparecida de. Tecnologia, Mudanças de Paradigmas e Educação no Brasil. Disponível em: http://www.divinopolis.uemg.br/ Acesso em: 18/11/10.

MOURA, Dácio Guimarães de. Trabalhando com Projetos. Petrópolis RJ: Vozes, 2006.

PITOMBO, Maria Isabel. Conhecimento, Valor e Educação em John Dewey. São Paulo: Pioneira, 1974

RAMAL, Andrea Cecilia. “Internet e Educação” in Rio de Janeiro: Revista Guia da Internet. Br., Ediouro, nº 12, 1997.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento – Projeto de Ensino-Aprendizagem E Projeto Político-Pedagógico. 15 e. São Paulo: Liberdad Editora, 2006.

SANTOMÉ, Jurjo Torres. As origens da modalidade de currículo integrado. In:______. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Apêndice

1 Questionário de pesquisa

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Faculdade de Educação

Pedagogia à Distância Anos Iniciais do Ensino Fundamental-Pead

Aluno: Cristina Winter

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA:

Prá você o que é um Projeto de Aprendizagem?-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Em sua opinião, qual a diferença de um projeto de aprendizagem e um projeto de ensino?------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Você observa resultados relevantes com relação ao Projeto de Sexualidade desenvolvido na escola? Se sim, quais? Se não, por qual motivo?---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O que você compreende por interdisciplinaridade?---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Você percebeu ações interdisciplinares no Projeto de Sexualidade? Se sim, quais? Se não, por qual motivo?----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Você considera o Projeto sobre Sexualidade desenvolvido na escola um, projeto de ensino ou de aprendizagem? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 

2. Projeto da Sexualidade 

 

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PREFEITURA MUNICIPAL DE CACHOEIRINHA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL MARIA FAUSTA TEIXEIRA

Rua Anita Garibaldi, 163 – Vila Márcia – CEP 94930-060 – Cachoeirinha – RS – Fone/Fax 3471.2048.

E-MAIL: emefmariafaustateixeira@gmail.com

SAÚDE E PREVENÇÃO NAS ESCOLAS

ATITUDES PARA CURTIR A VIDA

DESDE 1995

 

 

 

 

 

 

 

1999 a 2000

 

 

Programa Salto do futuro

2003

 

 

 

Em 2005: Projeto foi reformulado.

Novas estratégias:

- Incorporação de Diretrizes para que as ações possam atingir alunos a partir das  primeiras séries do Ensino Fundamental,

- Monitoramento das escolas a partir da inclusão de um questionário específico no Censo Escolar,

- Impressão e distribuição de materiais educativos,9 de Dezembro de 2005, os ministros da Saúde, da Educação e os representantes da UNESCO e UNICEF, no Brasil, participaram do evento para consolidação da Política de Prevenção da DST/AIDS nas escolas, e da  apresentação do plano de ações para 2006.

Desafio: 

            Ampliação da cobertura das ações para toda a rede de ensino fundamental e médio, a qualificação dos serviços de saúde para acolhimento das demandas dos Jovens e o aumento da aceitabilidade de ações em Saúde Sexual e Saúde reprodutiva, no ambiente escolar, por parte da comunidade.

Por que a escola?

            O sistema Educacional, inserido no processo de transformação da realidade econômica, política, histórico-cultural, corresponde, portanto a uma parcela significativa de responsabilidade na formação integral de sujeitos.

            Trata-se de um espaço favorável a promoção da saúde e a construção de resposta social aos desafios colocados para a sociedade.

APRESENTAÇÃO

No segundo semestre de 2008 educadores da rede Municipal e Estadual de Cachoeirinha foram convidados a participar de oficinas de capacitação no SPE (Saúde/prevenção na escola) promovido pelo governo Federal em parceria com a SMED e escolas.

A proposta de formação é realizar parcerias entre escola, saúde e famílias e juntamente com os multiplicadores sensibilizar a todos os professores a desenvolverem um trabalho interdisciplinar com este tema. Os temas abordados  nesta capacitação foram:

ü     Sexualidade mito ou realidade,

ü     Risco de vulnerabilidade,

ü     Adolescência, Orientação Sexual para pessoas com deficiências,

ü     Homossexualidade

ü     Anatomia e fisiologia dos órgãos sexuais,

ü     Métodos contraceptivos,

ü     Gravidez na adolescência,

ü     DSTS/AIDS,

ü     Identidade e estima,

ü     Violência e Abuso Sexual e;

ü     Construção Social do Gênero  direito  e psicoativos,

ü     Reprodução,

ü     Produção de dados, escola/saúde e família em ação.

ü     Discriminação e solidariedade.

Os temas acima citados servem de subsídios para o projeto de educação, saúde e prevenção a ser desenvolvidos no contexto escolar.  

SEXUALIDADE e ESCOLA : ESPAÇO DE PREVENÇÃO

Justificativa

O projeto foi estruturado devido a mudanças comportamentais dos jovens no contexto social atual e o desconhecimento que eles apresentam em assuntos relacionados à sexualidade; a idéia de que as DSTs/AIDS estão associadas apenas aos homossexuais masculinos, usuários de drogas e prostitutas.

E levando-se em consideração que a gravidez precoce mostra a necessidade de se trabalhar junto à comunidade escolar a fim de que ela tenha acesso à informação, à educação e à promoção da saúde, principalmente porque o jovem acredita que as coisas acontecem com os outros, mas não com ele.

Podemos observar que o comportamento sexual hoje é diferente do passado e, segundo os autores estudados, a transformação dos padrões de relacionamento sexual ocorrerá se essa educação for uma prática de autonomia entendida como desenvolvimento de atitudes e valores próprios e da consciência de que cada um pode e deve fazer escolhas pessoais e responder por elas. Dessa forma, a orientação sexual deve ser um momento de instrumentalização para a vida sexual e, em parceria com os agentes da saúde, não apenas discorrer sobre itens de comportamentos preventivos. PÚBLICO ALVO: Comunidade Escolar da EMEF Maria Fausta Teixeira.

Objetivos Gerais:

Ø     Sensibilizar os profissionais desta instituição escolar a desenvolver um trabalho interdisciplinar tendo como enfoque o tema Educação, Saúde e Prevenção.

Ø     Promover ações para que os educandos  reflitam, modifiquem suas atitudes frente a problemática da Sexualidade como uma atitude de prevenção à saúde, consciência do corpo e valorização à vida.

Ø     Socializar os conhecimentos adquiridos, buscando integrar a comunidade escolar na ação de prevenção a Saúde, valorização à vida.

Objetivos Específicos:

Ø     Socializar os conhecimentos adquiridos nas oficinas de capacitação no SPE(Saúde prevenção nas escolas) junto ao corpo docente.

Ø     Elencar ações para desenvolver o projeto na escola.

Ø     Coletar dados junto à comunidade escolar, na proposta de articular estratégias, recursos humanos, físicos  para desenvolver este projeto.

Ø     Respeitar a diversidade de valores, crenças e comportamentos relativos à sexualidade, reconhecendo e respeitando as diferentes formas de atração sexual e o seu direito à expressão, garantida a dignidade do ser humano.

Ø     Conhecer seu corpo, valorizar e cuidar de sua saúde como condição necessária para seu desenvolvimento psíquico saudável;

Ø     Identificar e repensar tabus e preconceitos referentes à sexualidade, evitando comportamentos discriminatórios e intolerantes e analisando criticamente os estereótipos.

Ø     Reconhecer como construções culturais a s características socialmente atribuídas ao masculino e feminino, posicionando-se contra discriminações a eles associadas.

Ø     Identificar e expressar seus sentimentos e desejos, respeitando os sentimento e desejos do outro.

Ø     Proteger-se de relacionamentos sexuais coercitivos ou exploradores.

Ø     Agir de modo solidário aos portadores do HIV e de modo propositivo em ações públicas voltadas para prevenção e tratamento das DSTs/AIDS.

Ø     Reconhecer as conseqüências enfrentadas pelas adolescentes com uma gravidez não desejada e do plano médico, psicológico, social e econômico.

Ø     Reconhecer a  necessidade do sexo seguro prevenindo-se.

Metodologia:

            Será desenvolvido nos momentos de horas de estudos e em sala de aula, no decorrer do ano letivo de 2008 com os alunos e comunidade escolar.

Estratégias:

            Sensibilização;Reflexão, debates e discussões;Leitura e análise de textos e DVD;Aula expositiva/ recursos áudio visuais;Analise de  letras de músicas/reflexão; Momento  de conversa com equipe da saúde;Dinâmicas de grupo; Culminância: Multifeira com amostra de trabalhos.

Cronograma:

I Trimestre

21/03/09-Apresentação do Projeto em Assembléia de Pais.

01/04/09 – Exposição do Projeto para o corpo docente e exposições dos temas a serem trabalhados nos próximos encontros.

2° encontro– Identidade e estima.

  • ·        Qual educação para qual saúde?
  • ·        Risco ou Vulnerabilidade

3° encontro –

  • ·       
  • ·       

II Trimestre

1° encontro – Métodos contraceptivos. Gravidez na adolescência. Paternidade consciente e Drogas.

2° encontro – Socializando experiências.

3° encontro - Construção de ações a serem desenvolvidas com os educandos e comunidade escolar. Elaboração do Slogan da Multifeira

III Trimestre

  • ·        Culminância: Multifeira em Novembro/2009

Previsões de datas para desenvolvimento dos temas.

abril: (sujeitas a modificações)

1. Exposição do projeto para o corpo docente e temas serem trabalhados.

a.      01 DE ABRIL – TURNO TARDE: Vânia e  Nilvabet

b.      17 DE ABRIL – TURNO NOITE: Nilvabet e Fabiana

c.      22 DE ABRIL – TURNO MANHÃ : Vânia

2. Identidade e Estima

3. Qual Educação para qual saúde?

4. Risco ou vulnerabilidade

a)     06 DE MAIO – MANHÃ E TARDE.  SÔNIA  E NILVABET

b)     08 DE MAIO-  NOITE  NILVABET E  DANIELA

5. Relação de Gênero

6. Homossexualismo na escola

7. Puberdade e doenças sexualmente transmissíveis

a)     20 DE MAIO - MANHÃ, TARDE: VÂNIA E CRISTINA

b)     22 DE MAIO – NILVABET

8. Métodos contraceptivos

9. Gravidez na adolescência

10. Paternidade consciente

11. Drogas

a)     10 DE JUNHO – MANHÃ E TARDE: SÔNIA E CRISTINA 

b)     12 DE JUNHO – NOITE : SÔNIA E CRISTINA

12. Socialização de Experiências

a)     24 DE JUNHO – MANHÃ: VÂNIA / TARDE: NILVABET

b)     26 DE JUNHO -NOITE: NILVABET

13. Construção de ações a serem desenvolvidas com a comunidade escolar.

a)     10 DE JULHO – NOITE: NILVABET

b)     17 DE JULHO – MANHÃ: VÂNIA / TARDE: CRISTINA E SÔNIA

14. Avaliação

Escrita individual e em grupo;em grupo através das discussões e colocações sobre cada tema;participação geral. 

MULTIPLICADORES:

Ø      VÂNIA LÚCIA C. SIMÕES

Ø      NILVABET SOARES

Ø      SONIA M. PEREIRA MESQUITA

Ø      BELMIRA CRISTINA WINTER   

 

 

 

 

 

 

 

 

3. Projeto Consciência planetária

 EMEF MARIA FAUSTA TEIXEIRA

PROJETO

 “CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA”

JUSTIFICATIVA:

O projeto foi estruturado com a finalidade de desenvolver a solidariedade planetária, uma consciência e cidadania onde todos reconheçam que fazem parte da Terra e nela todos podem viver em harmonia principalmente quando relacionados aos recursos naturais.

 

Segundo Francisco Gutiérrez, a razão de ser da planetariedade e sua lógica é conseqüência tanto de uma nova era científica, não deixar a ciência só para os cientistas quanto do” recente descobrimento da Terra como um ser vivo “(GUTIÉRREZ, 1996, p.3).

 

Observamos que se desenvolvermos com as crianças uma consciência de que desde pequenos temos que cuidar e preservar nossos recursos naturais, pois somos seres vivos e fazemos parte desse planeta criaremos futuros adultos com hábitos e entendimentos diferenciados em relação às questões planetárias.

 

APRESENTAÇÃO

O projeto será desenvolvido durante o ano de 2010, iniciando no primeiro semestre, coma turma 31, terceira série do ensino fundamental de oito anos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Fausta Teixeira, Localizada na Rua Anita Garibaldi, 163 Vila Márcia Cachoeirinha Rio Grande do Sul, coordenado pela professora Cristina Winter.

O projeto “Consciência Planetária” consiste em um esforço cooperativo do professor, aluno e comunidade escolar para sensibilizar, formar, conscientizar, construir uma nova consciência em relação às questões ambientais, todos devem entender que a Terra está pedindo “socorro” sinalizados através das tragédias naturais ocorridas neste inicio de ano, entender que nós habitantes deste Planeta temos muitas responsabilidades, pois nossos hábitos e atitudes refletem diretamente em tudo o que acontece.

Mudanças são necessárias e podemos começar desde pequenos, criando novos hábitos entendendo melhor como proteger hoje o planeta para amanhã não sentirmos falta de tudo que temos agora.

Os tema abordados serão: meio ambientes seres humanos, água como fonte de vida, lixo, reciclagem, plantas, entre outros.São temas que serviram de base para o desenvolvimento de todo o projeto.

Público Alvo

Alunos da turma 31, comunidade escolar e principalmente suas famílias.

Professora responsável  Cristina winter

Objetivos Gerais 

Ø     Construir uma consciência planetária, através da sensibilização, participação ativa, respeito, direitos e deveres dos cidadãos no que diz respeito ao nosso Planeta Terra.  

Ø     Proporcionar ao aluno o aprimoramento da expressão verbal e escrita diante das situações, o desenvolvimento do raciocínio lógico na resolução de problemas interagindo no meio de forma a promover seu crescimento pessoal e as relações interpessoais e com o meio.

Temas Transversais Abordados

Meio Ambiente: 

Ø     Através de textos, vídeos, passeios, proporcionar reflexão da importância da conservação da natureza com a qualidade de vida.

Ø     Questionamento de atitudes concretas d meio ambiente, enfatizando a reciclagem do lixo, uso e aproveitamento dos recursos naturais existentes no município e no planeta.

Ø     Conhecer as necessidades vitais do homem.

Ciência e Tecnologia: 

Ø     Proporcionar ao aluno reflexão sobre a evolução do mundo e a conseqüente agressão ao meio ambiente e o que a ciência descobriu ao longo dos anos para prevenir e tratar as doenças.

Ø     Saber usar o computador e a internet como ferramentas de pesquisa.

 

Objetivos Especifícos

Ø     Motivar os alunos a participarem das atividades, interagindo, fazendo trocas, construindo novos saberes;

Ø     Ensinar o processo de reciclagem do lixo;

Ø     Coletar o lixo produzido em suas casas separar na escola e vender no galpão de reciclagem mais próximo com o objetivo de juntar dinheiro para no final do ano letivo fazer um passeio de integração e socialização da turma com seus familiares;

Ø     Desenvolver a solidariedade planetária, construindo uma consciência e uma cidadania em relação a tudo que se relaciona ao meio ambiente;

Ø     Fazer investigações sobre a situação dos recursos naturais em nosso planeta;

Ø     Realizar pesquisas na internet sobre o assunto tratado, aprender a salvar e organizar as atividades em pastas;

Ø     Criar um blog da turma para registro de todo o trabalho;

Metodologia

Será desenvolvido em sala de aula, laboratório de informática, sala de vídeo, saídas de campo, espaço escolar (quadra, refeitório, biblioteca, LA.), observações diárias com extensão de tudo que for descoberto para as casas dos alunos.

Estratégias

Sensibilização, reflexão, debates, discussões, leituras, textos, vídeos, pesquisa na internet, trabalhos e dinâmicas de grupos, apresentações orais, saídas de campo, blog, campanhas de troca solidária, campanhas de reciclagem do lixo, campanhas de consumo de água, venda do material reciclado, hora do conto, responsabilidade social de todos.

Classificação do lixo da escola e das casas dos educandos, confecção de folhetos informativos e caixas para separação do material. Venda do lixo coletado na escola pelos alunos da turma. Proposta de recolher o papel e reaproveitar, levando até a escola Cadop, onde a professora Nilce se dispõe a fazer uma oficina de papel, ensinando como podemos usar novamente aquele papel que íamos colocar no lixo. Com os pai faremos uma composteira de uso doméstico.

Trabalharemos sempre com a idéia de consumir menos, somente o que é necessário, nas idas ao supermercado incentivar a trazer para suas casas um número menor de sacolas plásticas. Aproveitando o dia das mães produziremos uma sacola de tecido cru que servirá para uso das mães nas saídas para as compras, consumir menos e quando possível fazer trocas.

Em todas as atividades procuraremos conservar o espírito lúdico das crianças, nas atividades propostas sendo todas desafiadoras, promovendo a participação airosa e alegre com prazer de fazerem novas descobertas, possibilitar às crianças uma leitura de mundo mais ampla e consciente.

Avaliação

A avaliação será no processo, sendo avaliado a participação, interesse e envolvimento efetivo nas atividades propostas, relatórios de grupo e individual.

1-Reciclagem Do Lixo

O projeto tem por objetivo desenvolver uma consciência ecológica que conduza a reflexão e gradativamente uma mudança de atitude em relação ao lixo produzido em casa e na escola.

Será desenvolvido mediante a participação efetiva de todos os alunos da turma e seus familiares, a turma conta com o apoio de funcionários, professores da escola interessados nesta temática.

Os alunos e seus familiares serão orientados de como fazer a separação do lixo em suas casas, semanalmente iremos classificar o lixo trazido pelos alunos e juntos iremos ao galpão de reciclagem para fazer a venda do material.

O valor recebido pela venda será revertido para um passeio de final de ano com o objetivo de confraternizarmos, socializarmos num evento que marca o final de cada ano. A chegada do Papai Noel em Canela, um evento de sonhos e magia.

Reciclar:

É importante por diversos motivos. O consumo de água usado na fabricação dos produtos diminui os gastos de energia, poupa a matéria prima empregada nas embalagens e preserva as árvores. Implementar tal prática incita o indivíduo a refletir sobre o lixo que produz em relação ao impacto que ele tem sobre o planeta.

 

 

 


[1] Dewey, professor de 1904 a 1931 na Universidade de Colúmbia em Nova York, é um dos representantes mais significativos do pragmatismo norte-americano. Partindo das ciências naturais, do materialismo, do behaviorismo e da experiência prática, concebeu o pensamento como um instrumento para o intercâmbio, definindo, por isso, sua filosofia como instrumentalista. O crescimento e o desenvolvimento são os termos-chave de seu pensamento filosófico, cujo objetivo primordial é a solução das tensões e a melhoria das relações sociais. Dewey defendeu uma humanização da sociedade capitalista, e sua obra pedagógica Democracia e Educação (1916) foi determinante para o que neste século se evoluiu no sistema educativo norte-americano. Como psicólogo, sustentou a idéia de que todas as formas de relação conduziam basicamente a uma adaptação ao meio (funcionalismo).

 

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